JESUS E A MORTE - PARTE 1


JESUS sentiu a dor da morte ao perder Seu amigo Lázaro, a quem muito amava (João 11:35, 36). Ele Se viu diversas vezes diante da morte. Por Seu poder e ordem, trouxe Lázaro de volta à vida. Também ressuscitou o fifi lho da viúva de Naim e a fifi lha de Jairo.

Ele mesmo provou a morte, mas ressuscitou ao terceiro dia. Por isso, Jesus tem todas as respostas a respeito desse tema intrigante.

A que Jesus comparou a morte de Lázaro?

Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono.

Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo.
Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono.João 11:11-13

Jesus comparou a morte a um sono. O apóstolo Paulo fez o mesmo (1 Coríntios 15:6; 1 Tessalonicenses 4:13, 14). Quando dormimos, talvez sete ou oito horas durante a noite, não percebemos a passagem do tempo. Assim acontece com os que morrem.

Fecham seus olhos e os abrem na ressurreição, como se apenas um instante tivesse se passado. Jesus mesmo declarou: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão” (João 5:28). Os salvos, na ressurreição da vida, e os perdidos, na ressurreição do juízo.

JESUS E O PERDÃO - CONCLUSÃO


Somente Jesus tem o poder de perdoar nossos pecados. Por isso, podemos nos aproximar Dele com confiança, para recebermos o alívio de que tanto precisamos.

Contudo, muitos esperam merecer a graça e o perdão de Deus, tentando fazer boas ações. Não reconhecem sua pecaminosidade e incapacidade. Somente quando descobrimos que não possuímos nada que nos qualifica para o Céu, o Espírito cria em nós um desejo de mudança


JESUS E O PERDÃO - PARTE 8


Quantas vezes devo perdoar a quem me ofende?

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mateus 18:21,22

Os mestres antigos limitavam o exercício do perdão a três ofensas, no máximo.

Pedro, que professava seguir os ensinos de Cristo, ampliou-o até sete, número que indica perfeição. Cristo, porém, ensinou que nunca devemos nos cansar de perdoar. Não “até sete”, Ele disse, “mas até setenta vezes sete”, ou seja, devemos perdoar aqueles que nos ofendem tantas vezes quanto Deus nos perdoa.

JESUS E O PERDÃO - PARTE 7


Que condição Jesus apresentou para o perdão de nossos pecados?

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;Mateus 6:12 

Após terminar a oração-modelo, Jesus ainda declarou: “Se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:15).

Quem não está disposto a exercer misericórdia para com os que lhe ofendem não pode obter misericórdia de Deus. É egoísmo humano desejar o perdão divino sem estar disposto a oferecer o perdão às outras pessoas.

JESUS E O PERDÃO - PARTE 6


Depois de arrependido, o que o pecador deve fazer?

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.1 João 1:9 

Uma vez arrependidos, devemos apresentar a Deus nossa confissão de modo claro e específico. Se fizermos isso, seremos lavados por Jesus, e Seu sangue nos purificará de toda injustiça. Somente Ele pode realizar essa obra. Cristo derramou Seu sangue precioso para nos purificar, porque não pode haver remissão de pecados sem derramamento de sangue (Hebreus 9:22)

JESUS E O PERDÃO - PARTE 5


O que é necessário, segundo a Bíblia, para se alcançar a remissão dos pecados?

"E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;" Atos 2:38 

O arrependimento é a primeira condição para o perdão. Contudo, muitos não vão a Cristo porque ainda não se sentem arrependidos. O arrependimento não é produzido por um exercício mental, mas somente quando se permite a atuação do Espírito Santo no coração, nos convencendo dos erros e da necessidade de mudança. Assim como não podemos alcançar perdão sem Cristo, também não podemos nos arrepender sem que o Espírito Santo nos convença do pecado.

JESUS E O PERDÃO - PARTE 4


 Só Jesus perdoa ou o ser humano também pode perdoar?

"«queles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos." João 20:23

"Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." Efésios 4:32

O perdão tem duas dimensões. Se é verdade que todo pecado deve ser confessado a Deus (dimensão vertical), também é verdade que devemos buscar o perdão quando ofendemos alguém (dimensão horizontal). Jesus mesmo ensinou: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe” (Lucas 17:3, 4).

JESUS E O PERDÃO - PARTE 3



Quem somente pode perdoar pecados?

"Mas contigo está o perdão, para que sejas temido." Salmos 130:4

"Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" Marcos 2:7

Nenhum ser humano tem o poder de perdoar pecados. Somente Deus, por meio de Cristo, aquele que nunca pecou, pode nos conceder perdão e paz de espírito. O ensino de que algum ser humano tem poder de perdoar pecados não está em harmonia com a Bíblia. Nenhuma ação humana é capaz de conseguir o perdão. Somente Deus, em Jesus Cristo, pode perdoar nossos pecados. Por isso, devemos nos aproximar Dele com o coração verdadeiramente arrependido.

JESUS E O PERDÃO - PARTE 2


Que oração Davi fez depois de haver pecado contra Deus?

"Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.
Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve.
Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste.
Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto." Salmos 51:1-10 

A oração de Davi, depois do maior erro de sua vida, ilustra a natureza da verdadeira tristeza pelo pecado. Seu arrependimento foi sincero e profundo. Ele não fez nenhum empenho por atenuar a culpa. Não foi o desejo de escapar ao juízo que lhe inspirou a oração. 
Davi reconheceu a enormidade de sua transgressão, viu a contaminação de seu ser e sentiu nojo do pecado. Não suplicava unicamente o perdão, mas também um coração puro.
Desejava a alegria da santidade e estar, mais uma vez, em harmonia com Deus.

JESUS E O PERDÃO - PARTE 1



JESUS praticou o perdão de modo abrangente em Seu ministério terrestre. Ele disse dezenas de vezes: “Estão perdoados os teus pecados” (Mateus 9:2; Lucas 5:20). Mesmo na hora da morte, sofrendo os tormentos da crucififi xão, Sua oração foi: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Assim como precisa do oxigênio para respirar, o ser humano depende do perdão de Deus. Precisamos dele a cada instante. Como, porém, o perdão divino pode ser alcançado? E quando ofendo alguém ou sou ofendido – a quem devo pedir perdão?

Em que situação se encontra o ser humano?
"Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus.
Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis.Não há quem faça o bem, não há nem um só.
A sua garganta é um sepulcro aberto; Com as suas línguas tratam enganosamente; Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios;
Cuja boca está cheia de maldição e amargura.
Os seus pés são ligeiros para derramar sangue.
Em seus caminhos há destruição e miséria;
E não conheceram o caminho da paz.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas;
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;" Romanos 3:10-23

Como alguém pode ser justo diante de Deus? É unicamente por meio de Cristo que alcançamos harmonia com Deus. Mas como devemos chegar a Cristo? Muitos fazem hoje a mesma pergunta que a multidão fez no dia de Pentecostes quando, convencida do pecado, clamou: “Que faremos?” (Atos 2:37). A resposta de Pedro foi: “Arrependei-vos” (Atos 2:38). Noutra ocasião, disse: “Arrependei-vos [...] e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3:19). 

JESUS E O CUIDADO COM O CORPO


JESUS dedicou mais tempo a curar os enfermos do que a pregar. Ele veio a este mundo para remover o fardo de doenças e de pecado. Sofria com os doentes e desejava restabelecer a saúde de todos. Aqueles que iam a Cristo nunca eram rejeitados. 

Pelo contrário, Seu convite sempre foi: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Por onde Jesus ia, os cegos passavam a enxergar; mudos a falar; surdos, a ouvir; paralíticos, a andar, e as doenças eram curadas.

JESUS E O BATISMO


JESUS iniciou Seu ministério terrestre sendo batizado por João Batista. O batismo é uma doutrina do Novo Testamento e surge com João, o Batista. 

Ele recebeu esse nome porque batizava. 

Jesus tinha cerca de 30 anos quando Se dirigiu ao rio Jordão para ser batizado e iniciar Seu ministério terrestre (Lucas 3:23). Seu batismo permanece como um exemplo para todos aqueles que desejam segui-Lo e obedecer aos Seus ensinos.

JESUS E OS PROFETAS


JESUS foi reconhecido como um profeta de Deus (Mateus 21:11, 46) e advertiu Seus seguidores de que surgiriam muitos falsos profetas antes de Sua vinda (Mateus 24:11), que fariam grandes sinais e, se possível, enganariam os próprios escolhidos (Mateus 24:24). Necessitamos estar sempre muito atentos para não sermos enganados pelos falsos profetas

O “dom de profecia” ou “dom profético” não pertence somente em um período determinado da história. Tanto as Escrituras do Antigo Testamento quanto as do Novo Testamento chegaram a nós mediante esse dom profético, manifestado por meio dos escritores da Bíblia. Entretanto, mesmo em nossos dias, esse dom seria visto. 

JESUS E A IGREJA


JESUS veio a este mundo com a missão de organizar Sua igreja. O chamado de Cristo aos doze discípulos foi o primeiro passo no sentido de organizá-la. Como no Antigo Testamento, doze patriarcas ocupam o lugar de representantes do povo de Deus, Israel, assim, no Novo Testamento, doze apóstolos representam a igreja cristã. 

A igreja foi organizada a fim de cumprir o plano divino de encher o mundo com o conhecimento da glória de Deus. Ela se torna responsável não somente por levar o evangelho ao mundo (Mateus 28:18-20), mas também deve nutrir espiritualmente aqueles que aceitam o evangelho (1 Pedro 5:2, 3).

A VOLTA DE JESUS



JESUS voltará em glória e majestade! Essa tem sido a bem-aventurada, feliz esperança dos crentes ao longo de milênios. Enoque, o sétimo depois de Adão, já aguardava esse evento (Judas 14). Jó, o primeiro livro da Bíblia a ser escrito, registra as seguintes palavras: 

“Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fifi m Se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). 

Servos de Deus como Abraão (Hebreus 11:8-10), Davi (Salmo 50:2-4), Isaías (25:8, 9) e Habacuque (3:3-13) nutriam a mesma esperança. 

De fato, a segunda vinda de Cristo é o clímax do evangelho e do plano da salvação.

O DINHEIRO


JESUS falou amplamente sobre o amor ao dinheiro em Seus ensinos. Depois do tema “reino de Deus”, o Mestre falou mais sobre dinheiro do que de qualquer outro assunto. 

Para Cristo, as riquezas podem sufocar a espiritualidade, tornando-se um deus rival, que costuma enfeitiçar seus adoradores.

Sendo que o dinheiro é parte do nosso dia a dia, como podemos viver sem fazer dele um ídolo? Jesus ensinou duas maneiras práticas e sistemáticas: os atos de dizimar e de ofertar. 

O ato de dizimar – A palavra dízimo significa “décima parte”. Ele é santo e pertence ao Senhor (Levítico 27:30). Ao devolvermos a Deus o dízimo das nossas rendas, reconhecemos que todas as coisas pertencem a Ele e participamos do cumprimento da missão de pregar o evangelho a todo o mundo (Salmo 24:1; Ageu 2:8; Mateus 24:14). 

Dizimar é um ato de adoração e honra a Deus. A Bíblia diz em Provérbios 3:9: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda”.

A ORAÇÃO



JESUS era um homem de oração. Ele gostava de buscar um local solitário para esses momentos agradáveis de comunhão com o Pai (Marcos 6:46; Lucas 5:16). Às vezes, passava a noite toda orando (Lucas 6:12). Também gostava de orar pelos discípulos (João 17:8, 9). Ele orou, inclusive, por todos nós (João 17:20). 

Sendo Jesus nosso exemplo em todas as coisas, devemos orar como Ele orava. 

Considerando que o Filho de Deus sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, fracos e pecadores mortais que somos, sentir a necessidade de constante oração! 

As orações de Cristo e Seu hábito de comunhão com Deus impressionavam muito os discípulos. Certa ocasião, eles O encontraram concentrado, em oração. 

Parecendo inconsciente da presença deles, continuou orando em alta voz. O coração dos discípulos foi tocado profundamente.

O ESPÍRITO SANTO


JESUS foi concebido pelo Espírito Santo (Mateus 1:18), batizado com o Espírito (Marcos 1:9, 10), conduzido pelo Espírito (Lucas 4:1) e executou Seus milagres por meio do Espírito (Mateus 12:28). Esses são alguns exemplos de que a missão de Jesus e a missão do Espírito Santo eram totalmente interdependentes. Depois da ascensão de Jesus, o Espírito Santo veio à Terra para estar com os fiéis até que Jesus voltasse novamente (João 14:1-3, 16). Hoje aprenderemos mais sobre o Espírito Santo.

A Bíblia revela que o Espírito Santo é uma Pessoa, e não uma força ou poder impessoal (Atos 15:28). Possui os mesmos atributos da Divindade, pois é Deus (Atos 5:3, 4).

No Antigo Testamento, Ele é descrito participando na criação da Terra (Gênesis 1:2), agindo no coração humano (Gênesis 6:3) e habilitando certos indivíduos para tarefas especiais (Juízes 6:34). Também foi prometido para os últimos dias (Joel 2:28; Atos 2:15-17).

JESUS E A SANTIFICAÇÃO


JESUS foi reconhecido como o “Santo de Deus” (João 6:69; Lucas 1:35; 4:34).

Ninguém podia apontar um único pecado Nele (João 8:46). João escreveu que Jesus Se manifestou para tirar os pecados do mundo e que “Nele não há pecado” (1 João 3:5, NVI). A Bíblia é clara em ensinar: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). 

O que Jesus fez por nós na cruz, no passado, foi trazer a justificação, que nos liberta da penalidade do pecado. O que Jesus faz por nós no presente é a obra de santificação, que nos liberta do poder do pecado. O que Jesus fará por nós no futuro é chamado de glorificação, quando finalmente seremos livres da presença do pecado.

A SALVAÇÃO



JESUS veio a este mundo com uma missão clara: buscar e salvar o que se havia perdido (Lucas 19:10). Ele veio resgatar a humanidade da morte eterna. Em Seu nascimento, o anjo havia dito a José: “e Lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21). Em Sua apresentação no templo, cerca de 40 dias após Seu nascimento, o piedoso Simeão declarou: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o Teu servo, [...] porque os meus olhos já viram a Tua salvação” (Lucas 2:29, 30).

A grande missão de Jesus é salvar.

A Bíblia informa que todos pecaram (Romanos 5:12), e, sendo o salário do pecado a morte (Romanos 6:23), o destino certo de todo ser humano seria esse. Entretanto, para que tivéssemos uma segunda chance, Jesus interveio. Ele Se dispôs a morrer em nosso lugar e, dessa maneira, salvar-nos da condenação do pecado e nos garantir o direito à vida eterna.

COLETAS - PARTE 6



Deus já revelou a regra do julgamento

Caríssimos, através dos ensinamentos divinos, bem como da instituição apostólica, aprendemos que todo homem estabelecido entre os perigos desta vida, deve procurar a misericórdia de Deus pelo exercício da misericórdia. Visto que a esperança poderia reerguer aqueles que cairam, que remédio poderia curar os feridos, se as esmolas não apagassem as faltas, e se as necessidades dos pobres não se tornassem a absolvição dos pecados? Por causa disso, o Senhor afirmara: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7); ele mostrou segundo qual regra será feito todo este exame, através do qual, com toda a majestade, ele deverá julgar todo o mundo: assim que estiver esclarecida a questão da qualidade de nossas obras em relação aos pobres, tudo estará preparado para que os ímpios vão arder com o diabo e os bons reinar com Cristo. Neste momento, que ações não serão colocadas diante de todos? Que segredos não serão revelados? Que consciências não serão manifestadas? Aí, verdadeiramente, ninguém se ufanará de possuir coração puro ou de estar livre do pecado. Mas para que a misericórdia seja exaltada acima do julgamento e porque as atitudes de clemência transcendam qualquer retribuição exigida pela justiça, a vida toda dos mortais e seus atos mais diversos serão examinados a partir de regra única, a saber, que não será feita menção alguma de qualquer falta onde, pela decisão do Criador, forem encontradas obras de bondade. Será recriminado aos que estiverem à esquerda aquilo que tiverem feito, e não é porque se lhes mostrará que foram estranhos aos atos de humanidade que estarão isentos de outros pecados; mas, culpados por muitas coisas eles serão condenados, sobretudo por não terem redimido seus crimes, mediante alguma esmola. Com efeito, é o fato de um coração muito duro não se comover por qualquer miséria que seja dos que sofrem, e, aquele que tendo possibilidade de amenizar, não socorre o aflito, é tão injusto quando não socorre o aflito quanto o que oprime o enfermo; que esperança, então pode restar ao pecador se ele não é misericordioso de modo a também ele receber misericórdia?

Caríssimos, eis porque aquele que não é bom para os outros é, antes, mau para si mesmo, prejudicando sua própria alma, não socorrendo a daquele que ele poderia socorrer. A natureza dos ricos e dos pobres é a mesma e entre outras conseqüências da fragilidade humana, nenhuma felicidade dura indefinidamente, porque cada um deve temer aquilo que pode acontecer a alguns. Que o nosso ser mortal, mutável e perecível seja reconhecido em todos os homens, e que por causa desta condição comum, manifesta a estas de sua espécie o amor fraterno; chore com os que choram e junte seus gemidos aos gemidos dos doentes; que ele divida com os pobres suas riquezas; que ele use seu corpo sadio para se inclinar sobre o doente que está possuído pelo mal; separe entre os seus alimentos, uma parte para os famintos e que ele possa aquecer aqueles que tremem de frio. Aquele que, com efeito, ameniza a miséria temporal do sofredor se livra do suplício eterno do pecador.

Cada um será julgado segundo a sua generosidade para com os pobres 

Caríssimos, foi providencial e piedosa a determinação dos santos Padres, para que em diversos momentos do ano houvesse dias marcados para despertar a devoção do povo fiel para uma coleta pública; pois é em direção da Igreja que vem todo pessoal necessitado de socorro, eles quiseram que os recursos de muitos recolhidos espontânea e santamente, fossem distribuídos aos necessitados pelos chefes das igrejas. Está próximo o dia que vos convida para esta obra produtiva e, acreditamos, desejado por todos; atendendo às nossas exortações para que no próximo sábado possais trazer às igrejas de vossas regiões os dons da misericórdia. E, porque “Deus ama aquele quedá com alegria” (2 Cor 9,7), ninguém se obrigue a dar além de sua possibilidade. Que cada um seja juiz equilibrado entre si e os pobres. Que uma comiseração alegre e segura descarte qualquer falta de confiança; e, aquele que ajuda ao indigente compreenda que está dando a Deus a esmola que distribui. Todas as riquezas, cuja medida não é uniforme, podem ter o mesmo valor se, apesar de quantidades diferentes, o amor não for menor. Com efeito, Deus, que não faz diferença entre as pessoas, recebe igualmente o dom do rico e do pobre: ele sabe o que outorgou ou não a cada um: no dia da recompensa não é a medida das riquezas que será julgada, mas a qualidade das intenções. Por Cristo, nosso Senhor.

COLETAS - PARTE 5


O mais aproveitável para a fé: ajudar os indigentes, cuidar dos doentes e atender as necessidades dos irmãos

Caríssimos, fiéis à instituição que recebemos da tradição dos apóstolos, exortamo-vos com carinho de pastor, a celebrar devotamente, conforme costume religioso o dia que eles purificaram de superstição ímpia e consagraram pelas obras de misericórdia: demonstraram, assim, que a autoridade dos Padres vive ainda no meio de nós e que seu ensinamento é conservado pela nossa obediência.

Tal instituição, com efeito, não foi útil somente para atender santamente às necessidades de época passada, mas continua sendo a mesma em nossos dias: outrora, ela serviu para destruir as crenças vãs, agora ela serve para crescimento de nossas virtudes. Na verdade, existe alguma coisa de mais aproveitável para a fé, alguma coisa que convenha melhor à piedade do que ajudar a pobreza dos indigentes, de se preocupar com o cuidado dos doentes, de atender as necessidades dos irmãos e de nos lembrar da nossa própria condição, percebendo as necessidades dos outros? Nesse trabalho aquilo que cada um pode fazer e aquilo que não pode fazer só pode ser verdadeiramente conhecido por aquele que sabe o que doou e a quem. Na realidade, não só temos bens espirituais e dons celestiais porque nos são dados por Deus, como também, as riquezas terrestres e materiais provém de sua própria magnanimidade, de tal modo que, por algum mérito, se poderia perguntar a razão destes bens que ele nos concedeu mais para distribuí-los do que para possuí-los. É preciso, pois, usar esses dons de Deus com justiça e sabedoria, para que a matéria das boas obras não se torne causa de pecado. Com efeito, as riquezas consideradas tanto externamente quanto nelas mesmas, são boas e muito úteis à sociedade humana, desde que estejam em mãos benevolentes e generosas e que não sejam administradas por esbanjador ou por avaro que as dissimule, fazendo-as desaparecer ou escondendo-as de forma que sejam dilapidadas estupidamente.

Não são úteis as virtudes aos ricos que não socorrem os pobres

Embora seja louvável fugir da intemperança e evitar os males que causam desejos vergonhosos, de outra parte muitas grandes personagens não se importam de ocultar os seus recursos, e nadando na fortuna, detestam uma economia vil e sórdida; no entanto, a abundância deles não é feliz, nem digna de aprovação à frugalidade dos outros, se os seus bens servem apenas a eles mesmos; se, por suas riquezas nenhum pobre é socorrido, nenhum doente reconfortado; se pela abundância de suas grandes posses o prisioneiro não experimenta a libertação nem o peregrino o conforto; nem o exilado o auxílio. Desta forma, os ricos são mais miseráveis do que todos os miseráveis. Eles perdem, pois, o retorno que poderiam tornar eterno e, enquanto se entregam à uma alegria passageira e nem sempre livre, não são alimentados por nenhuma justiça nem premiados por nenhuma misericórdia; resplandecentes por fora, são trevas por dentro; ricos em bens temporais, pobres dos bens eternos: tornam, com efeito, sua própria alma faminta e a desonram pela nudez porque eles não conseguiram colocar nada nos tesouros celestes daquilo que guardaram nos celeiros da terra.

Mas pode ser que se encontre algum rico que mesmo não tendo o hábito de socorrer os pobres com a riqueza de seus recursos, observa, no entanto, outros mandamentos de Deus e, dentre os diversos méritos de sua fé e de sua honestidade, acreditam que a falta de uma só virtude lhes será facilmente perdoada. No entanto, esta é tão grande que sem ela todas as outras, até reais, não podem ser úteis.

Com efeito, embora alguém possa ser fiel, casto, sóbrio e dotado de outras insígnias mais importantes, se entretanto não for misericordioso, não merece misericórdia: pois, assim fala o  Senhor: “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). Quando,portanto, vier o filho do homem em sua majestade e sentar-se no trono de sua glória, e todas as nações estiverem reunidas, realizar-se-á a separação dos bons e dos maus, porque os que estiverem à direita serão louvados por seus serviços de amor que Jesus Cristo olhará como feitas a ele mesmo?

Pois ele que fez sua a natureza do homem, não se distinguiu em nada da humilde condição humana.

Mas, o que ele reprovará aos que estiverem à esquerda senão ter negligenciado o amor, a dureza da humanidade e ter recusado a misericórdia aos pobres? Como se à direita não houvesse outras virtudes e à esquerda não houvesse outras ofensas. Na hora deste grande e supremo julgamento será levada em conta tanto a benignidade daquele que reparte seus bens como a impiedade daquele que é insensível, de modo que será considerada como plenitude de todas as virtudes e a outra a suma de todas as omissões, e assim alguns serão introduzidos no reino por causa de um só bem e outros serão mandados para o fogo eterno por causa deste único mal.

As esmolas purificam, apagam os pecados e despedem a morte

Caríssimos, que ninguém se engrandeça se lhe faltarem obras de caridade; nem esteja seguro da pureza de seu corpo, aquele que não se lavar com as esmolas que purificam. Com efeito, as esmolas apagam os pecados, destroem a morte e extinguem a pena do fogo eterno, mas, aquele que estiver vazio de seus frutos, permanecerá estranho à indulgência do retribuinte, de acordo com o que afirma Salomão: “Quem tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará e não terá resposta” (Pr 21,13).

Tobias também, ensinando a seu filho os princípios da piedade, dizia: “Toma de teus bens para dar esmola. Nunca afastes de algum pobre a tua face, e Deus não afastará de ti a sua face” (Tb 4,7). Esta virtude torna proveitosas todas as outras; sua presença vivifica a própria fé, da qual o justo se alimenta e sem as obras é considerada morta; porque da mesma forma que as obras encontram sua razão de ser na fé, a fé demonstra sua força através das obras. Como diz o Apóstolo: “por conseguinte, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas, sobretudo para com os irmãos na fé. Não desanimemos na prática do bem, pois, senão desfalecermos, a seu tempo colheremos” (Gl 6,10.9). Assim, a vida presente é tempo de semeadura e o dia da retribuição, o tempo da colheita, quando cada qual receberá os frutos dos grãos de acordo com a quantidade que tiver semeado. Que ninguém se iluda quanto ao rendimento desta colheita, porque aí serão levadas em conta mais as intenções do que as distribuições; e, será dado pouco por pouco como muito por muito.

E, assim, caríssimos, curvemo-nos às instituições dos apóstolos. Como domingo será o próximo dia de coleta, preparai-vos para uma generosidade voluntária, a fim de que cada um, de acordo com suas possibilidades, participe da sagrada oferenda.

As próprias esmolas e aqueles que serão ajudados por elas implorarão por vós, de modo que possais estar sempre prontos para toda boa obra, em Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina pela infinitude dos séculos. Amém.